quarta-feira, 3 de março de 2010

Pequenas digressões Psicopatológicas (A auto-mutilação)

Há alguns transtornos mentais em que a auto-mutilação pode ocorrer, tais como psicose, autismo ou transtorno boderline. É auto-mutilação todo comportamento em que ferimentos são infligidos em si mesmo. É algo que chama a atenção. E geralmente espantoso quando os ferimentos possuem gravidade.

Se pensarmos na auto-mutilação como parte de um repertório auto-destrutivo, não é difícil de compreendê-la: é simplesmente agressividade auto-dirigida, transmutada em ato de punição fisíca. Contudo, se pensarmos na auto-mutilação como um acometimento necessário para se apaziguar um tormento psíquico, aí fica mais difícil de se compreender, porém não impossível.

O sujeito, em situação penosa de extrema angústia, se mutila. E, após a auto-mutilação, obtém um certo alívio da angústia que o afligia. Devemos considerar as diferenças entre as dores da alma e as dores do corpo. Parece haver sempre em nosso organismo a necessidade de uma justificativa concreta e material para nossos sofrimentos. Como se já não bastassem os sofrimentos concretos, tudo o que padece nosso corpo, ainda padecemos de abstrações, de conjecturas. Como se não bastasse o sofrimento presente, ainda nos angustiamos com o que está longe e ausente, seja passado, futuro, ou toda e qualquer forma de preocupação e ansiedade.

Freud, em "O mal-estar na civilização (1930)", salienta que o sofrimento pode nos abordar das mais diversas direções. E que o sofrimento proveniente da relação com os outros é ainda sentido como mais penoso, pois que interpretado como um acréscimo, um suplemento gratuito a nossos dramas de existência. Das relações com o próximo padecem seres das mais variadas espécies. O maior problema do ser humano é sua relação com o que não é presente. E é isto, contudo, o que nos torna humanos.

A auto-mutilação, para quem padece dela, produz uma compensação física para o sofrimento impalpável e cego da alma.

3 comentários:

  1. E quando parece que estou em um mar onde as ondas são mais fracas,o tempo se fecha e vem uma tempestade onde me afogo novamente em sufocantes dores na alma. Dores que ninguem as sente, dores que ninguem as vê, dores que ninguem as compreende.E assim me afogo nesse mundo vázio onde nada sou, nada represento...

    ResponderExcluir
  2. fiko muito loko igual a piscina cheia de ratos
    mas que isso sirva de liçao pra vc e pra outros
    tbm se auto mutilar é igual se drogar causa
    um prazer apenas momentanio por isso sempre que precisar estarei aki pra te ajudar
    adorei seu blog
    fiko mara rsrsrs

    ResponderExcluir