terça-feira, 15 de março de 2011

Nota de Suicídio

Cada noite
Todas as noites
Você escreveu outra linha
Com uma garrafa quebrada, sangrenta
E todos os dias
Você deseja que isso acabe
Por que você não puxa o pino
Daquela granada
Que você abraça?

Eu queria acreditar
Corpos balançando nas árvores
Lutando para resistir
Com a cabeça nas mãos
Uma última resistência estóica
De um morto

Eu queria acreditar
Enquanto eu olhava o seu mundo
Se desfazer em suas mãos
Eu queria acreditar
Enquanto você levantava a taça
Para a sua última resistência
E eu queria acreditar
Que você iria ganhar
A guerra em sua cabeça
Que eu não entendia
Que eu não entendia

Todas as noites
As perguntas se derramavam
Dos seus olhos feridos
Coisas muito sombrias
Todos os dias
Você costumava rezar
Escute o corvo negro cantar
Você queria acreditar
Enquanto você caía de joelhos
Lutando para resistir
Com a sua vida na mão
A última triste resistência
De um homem destruído

Eu queria acreditar
Enquanto eu olhava o seu mundo
Se desfazer em suas mãos
Eu queria acreditar
Enquanto você levantava a taça
Para a sua última resistência
E eu queria acreditar
Que você iria ganhar
A guerra em sua cabeça
Que eu não entendia
Que eu não entendia

Eu queria acreditar
Enquanto eu olhava o seu mundo
Se desfazer em suas mãos
Eu queria acreditar
Enquanto você levantava a taça
Para a sua última resistência
E eu queria acreditar
Que você iria ganhar
A guerra em sua cabeça
Que eu não entendia
Que eu não entendia

E as perguntas derramam
Eas perguntas derramam
Eu não entendi
Eu não entendi
Eu não entendi
Eu não entendi
O som da sua queda
Eu não entendi
Como o coração trêmulo de um homem
Não entendi
O som de um coração trêmulo

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