quarta-feira, 23 de junho de 2010

Morte

Ó morte querida, esperada
Tu és por mim a mais desejada.
Quero o teu único beijo, longo, fatal,
Frio, cheio de desejo.
Venha me abraçar, em teus braços me envolver,
De modo tal,
Que me liberte deste infindo padecer.
Livra-me de tudo, ó Amada!
Conduza-me à paz eterna
E indiferente existente no vazio do Nada.
Carrega-me contigo em teu alado corcel
A voar através do céu.
Quero perder-me em tua escuridão
Tão cheia de compaixão
Sejas para mim a mãe mais terna
Que eu pudesse possuir.
Deixa-me de meus pesadelos fugir.
E, das tristezas e desenganos da Vida
Afasta-me, pois feliz não fui
Enquanto eu vivi.
Venha, ó Morte, fiel companheira!
Tu sim és a amiga derradeira
E não a Vida - aquela mentirosa! -
Que faz promessas enganosas
E quando dela mais precisamos,
Nos abandona à nossa própria sorte.
Te desejo tanto, Morte!
Clamo por ti!... - Morte, onde estás?

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